Um erro e nós quase ficamos presos com o veleiro em Chacachacare
Passamos a tarde na Baía de Chacachacare, em Boca Grande, a meio caminho entre o extremo oeste de Trinidad e Tobago e Venezuela. Lá fizemos algumas caminhadas para ver a “Vila fantasma” e explorar as ruínas do que agora é uma ilha desabitada. Sem acesso a água e sem eletricidade, tivemos que planejar e levar absolutamente tudo.
A história ao redor da ilha é interessante. A primeira é que é uma ilha assombrada por causa do espírito de uma mulher que se afogou na ilha. Alguns dizem que há alguns espíritos a mais que vêm visitá-la no cemitério que fica no topo da colina praticamente soterrado. Mas a verdadeira história nos leva de volta à 500 anos atrás, quando os espanhóis saíram da ilha. Depois quando se tornou um ponto de encontro para a guerra de libertação em 1813 ( A ilha está somente a 7 milhas da Venezuela). A última e mais recente história foi uma colônia de leprosos que durou de 1922 até por volta de 1984 sob os cuidados de freiras.
Deixando os contos e histórias para trás, Chacachacare é um lugar mágico. Um lugar para se encontrar com o silêncio da natureza e do mundo. O perfume das orquídeas se espalha ao redor da Baía habitada e torna o ambiente agradável. Tudo isso apenas 30 minutos da Marina onde estávamos. Fomos lá com nossos vizinhos de barco, exploramos a ilha e tivemos um ótimo almoço no nosso barco ( 10 pessoas sentadas, quem diria? nem no apartamento no Brasil conseguimos esta proeza). Aproveitamos e ao voltar nossos amigos saíram na frente e nós ficamos arrumando os últimos detalhes para sair da ancoragem, o que poderia acontecer?
Chacachacare águas rasas, cuidado!
O Juliano estava retirando a âncora na frente e eu estava monitorando a profundidade e cuidando da roda. A profundidade era em torno de 12 metros e o gps parou de funcionar. Eu já não sabia qual a profundidade era. Nesse meio tempo, algo deu errado com a âncora na frente e Juliano distraiu-se com ela. Quando o gps ativou novamente nós estávamos com 5 metros… e eu comecei a gritar. Claro que neste ponto o céu estava cinza, estava quase chovendo, havia muito vento e nós estávamos sendo arrastados. Em questão de segundos eu vi o medidor de profundidade: 5, 4, 3 e 2 metros. Quando Ju chegou estávamos em 1,80 e o barco ficou preso (precisamos de profundidade 1,85). Entrei para dentro do barco com as crianças, e desesperada vi os nossos amigos indo embora, já distantes. O que faríamos se não conseguíssemos sair? Após alguns minutos e algumas manobras conseguimos sair do lugar que estávamos presos. Sorte. Assustador por alguns minutos mas no final tudo bem.
Voltamos com um pouco de chuva e uma grande experiência.
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